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Lenny Hipólito: A menina que não se perdeu de si


História de Todas Nós, Mulheres é um projeto feito com alma, para que possamos contar e recontar as histórias que nos atravessam, nos moldam e nos transformam. Um espaço seguro e sensível onde cada mulher pode compartilhar sua vivência, sua força e sua verdade. Porque quando uma mulher se escuta, se expressa e se reconhece, ela cura partes profundas de si e acende luzes no caminho de outras.


Ao trazer sua história para dentro deste projeto, Lenny não apenas compartilha um relato: ela nos convida a sentir. A mergulhar em sua paleta íntima, onde cada tom carrega a leveza e o peso do vivido, do sonhado e do superado. Com a mesma liberdade com que mistura cores sobre a tela, ela reinventa paisagens internas e oferece novas possibilidades de existir. Sua presença é poesia viva dessas que transformam o mundo ao tocar o que há de mais profundo em nós.


Lenny Hipólito
Lenny Hipólito

Há mulheres que parecem ter nascido com as cortinas do palco já abertas. Lenny Hipólito é uma delas. Filha de empresários, foi incentivada desde cedo a traduzir o mundo em cor e palavra. Aos sete anos, descobriu onde habitava sua força: no gesto criativo. Sobre a mesa, uma toalha de linho, livros abertos e um olhar atento, foi assim que recebeu dos pais o mais simbólico dos presentes: a confiança. “Você é capaz”, disseram. E ela foi. Pintou, encantou, e foi recompensada com o primeiro troféu da vida: um vestido bordado, fotografado, lembrado até hoje como símbolo de sua estreia no território da sensibilidade.


Mas aquele gesto inaugural não era apenas uma travessura infantil, era o prenúncio de uma vocação. De olhos curiosos e mãos pequenas, Lenny mergulhou nas formas e nas cores como quem mergulha em si. Seus pais, jardineiros de sua alma inquieta, alimentaram o talento com livros de arte e palavras generosas. As primeiras “telas” foram compensados improvisados, mas já ali sua imaginação acendia pequenas fogueiras de encantamento. As imagens que criava falavam do mundo, e falavam dela, com a linguagem silenciosa de quem aprende a ver com profundidade.


Lenny, ainda menina aos 10 anos, já revelava um olhar intuitivo para a composição, como se a arte, desde cedo, sussurrasse segredos ao seu ouvido.
Lenny, ainda menina aos 10 anos, já revelava um olhar intuitivo para a composição, como se a arte, desde cedo, sussurrasse segredos ao seu ouvido.

E ela não parou mais. Vieram as cerâmicas, as louças, as esculturas. Vieram os anos, o casamento, os filhos. E também vieram os dilemas da juventude, os caminhos bifurcados que exigem decisão. Lenny chegou a ingressar no curso de Medicina — talvez movida pelo desejo de cuidar, ou pela nobreza que essa profissão carrega. Mas bastaram algumas aulas para perceber que aquele universo não lhe pertencia. Seu corpo estava ali, mas a alma, essa, não se adaptava. Foi preciso coragem para desistir. E mais ainda para recomeçar.



Uma casa acolhedora, pintada por Lenny Hipólito na infância, é possível sentir, mesmo nos traços ingênuos, o aconchego que transborda e o chamado silencioso que a arte já fazia em seu coração.
Uma casa acolhedora, pintada por Lenny Hipólito na infância, é possível sentir, mesmo nos traços ingênuos, o aconchego que transborda e o chamado silencioso que a arte já fazia em seu coração.

A arte permaneceu como seu refúgio mais sagrado. Lenny fez do gesto criativo uma prática espiritual, e das superfícies que tocava. Madeira, gesso, tela, verdadeiros espelhos de sua interioridade.

Hoje, sua trajetória é marcada não apenas por uma produção artística sensível e plural, mas por uma presença que inspira. Lenny é daquelas mulheres que se moldam ao tempo sem nunca abandonar sua essência. Carrega nas mãos o poder da criação e, no olhar, a sabedoria de quem entende que a beleza pode ser cura, para si, para os outros, para o mundo.


Foi o próprio destino quem a conduziu à frente de um público. Seu marido, ao fundar uma empresa de cursos na área da saúde, a desafiou a subir ao palco de um evento promovido pela CDL de Ituiutaba. Até então, seu nome vivia discretamente entre pincéis e bastidores, mas amanheceu estampado em outdoors. Com a memória do pai político, a bênção da fé e a bagagem da vida, preparou uma palestra que se tornou marco: ali nasceu sua jornada como oradora, treinadora e consultora empresarial.



Nessa época, Lenny  assinava como Lenny Nunes. Foi após a partida de seu pai que ela escolheu carregar o sobrenome Hipólito, um gesto de amor e reverência àquele que sempre a incentivou na arte, na educação e na cultura. Um nome que agora carrega não só a sua história, mas também o legado de quem a inspirou desde o início.
Nessa época, Lenny assinava como Lenny Nunes. Foi após a partida de seu pai que ela escolheu carregar o sobrenome Hipólito, um gesto de amor e reverência àquele que sempre a incentivou na arte, na educação e na cultura. Um nome que agora carrega não só a sua história, mas também o legado de quem a inspirou desde o início.


Durante vinte e cinco anos, viveu em movimento. Transformou vidas, liderou processos de mudança, acendeu luzes em quem cruzou seu caminho. Fez das palavras pontes, das dinâmicas, rituais de autoconhecimento. As viagens, constantes e exaustivas, tornaram-se chão fértil para seu florescimento pessoal. Mas sob o brilho das conquistas, havia também o invisível: o peso emocional de um casamento marcado por altos e baixos, e os primeiros sussurros de um corpo que começava a dar sinais de esgotamento.


Vieram as taquicardias, as crises de pânico, as feridas na pele. Era o corpo gritando o que a alma já sabia. Lenny parou. Ou melhor: transmutou. Sob orientação médica, foi conduzida de volta às origens. Pintar. Escrever. Aquietar. E assim o fez. Sem abandonar o ofício, mas mudando a rota, ajustando a bússola para não se afastar de si. Continuou sendo convidada a criar, decorar espaços com sua estética generosa, transformar ambientes com as mãos que sempre souberam tecer beleza a partir do caos.


Hoje, Lenny segue dançando com a vida como quem compõe um vitral: pedaço por pedaço, em direção à luz. Acredita na alegria como essência, na arte como refúgio e na espiritualidade como caminho. É mãe de três filhos que a reverenciam. E mesmo ao lado de um companheiro de presença forte, encontra espaço para a escuta, para a compreensão, para o exercício diário de uma sabedoria amorosa que enxerga no outro mais do que ele consegue mostrar.


Na tessitura de sua história, Lenny Hipólito nos lembra que todas nós, mulheres, somos alquimistas do cotidiano. Que podemos, sim, ser múltiplas, delicadas, potentes. Que a maior das transformações é aquela que se opera no silêncio da alma. E que talvez o mais corajoso dos gestos não seja vencer o mundo, mas não se perder de si mesma no caminho.







 

Se você também tem uma história de superação e transformação através da arte, queremos conhecê-la. O projeto "Histórias de Todas Nós, Mulheres" é um espaço para celebrar narrativas reais de força e resiliência. Compartilhar sua trajetória pode inspirar outras mulheres a enxergarem a beleza em seus próprios processos de reconstrução. Porque quando uma mulher encontra sua voz, ela abre caminhos para tantas outras. Venha fazer parte desse movimento. Sua história merece ser contada.

 
 

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