O “Lennon” de Tito Khzouz
- Marisa Melo
- 1 de jun. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 11 de jun. de 2022

A Arte, ao retratar nossos momentos e nossos sentimentos, tem um enorme poder de transformação. Despertando consciências, ela contribui para nossa evolução num contexto planetário. Onde além do “eu”, há causas que impactam a Humanidade como um todo.
Algumas de nossas lutas atuais começaram na década de 1960, que começou com o surgimento dos Beatles. Uma banda que revolucionou tudo: o modo de se fazer música, os cabelos, o vestuário e a própria postura da juventude que encontrou um modo de questionar os valores e o modo de pensar de uma sociedade construída em tempos de Depressão e Guerra Mundial.
Nos Beatles, se Paul McCartney era o coração, o mago da melodia, John Lennon era o cérebro, com letras que revolucionaram a própria “revolution”. Absolutamente genial, ele se destacou, mesmo após a separação dos Beatles, pelas canções em defesa da Paz mundial. Questionando a guerra, qualquer guerra e dando lirismo à contracultura, ao discutir os direitos civis, os preconceitos de gênero, raça e credo, os direitos da mulher e os diferentes sistemas de governo que combatem mudanças e preservam o status quo com todas suas injustiças.
Com a obra “Lennon”, o artista visual Tito Khzouz, presta uma homenagem a esse ídolo de todos nós e compartilha seu apoio às teses pacifistas e de justiça que o ex-Beatle defendia. Quarenta anos após sua morte, Lennon segue sendo um símbolo das causas que defendeu. Numa obra Pop-Art, Tito Khzouz celebra a data em que Lennon completaria 80 anos. Nela encontramos uma referência a Kandinsky e à própria Bauhaus. Uma obra moderna que nos lembra do que ainda não mudou.
Mais que celebrar a genialidade de John Lennon, a obra vem nos alertar para o que ainda não conquistamos. Tito nos lembra que o nacionalismo e o autoritarismo sobrevivem até os dias de hoje. Ainda aceitamos a guerra, a discriminação e a injustiça. Que a obra de Tito Khzouz nos lembre o ensinamento fundamental que Lennon nos deixou: para conseguir essas mudanças, o caminho não é a violência. Nas palavras do próprio John, tudo que precisamos, é de amor:
“All you need is love”.